Palo Mayombe - Mama Chola Wengue
Conheça Mama Chola, poderosa figura divina da tradição afro-cubana, representa o lado sombrio do amor e é sincretizada com N.Sra da Caridade. Saiba + sobre a origem, aspectos e práticas neste artigo.
Mama Chola Wengue é uma figura muito importante na cultura afro-cubana e afro-brasileira. Seu nome vem da língua kikongo e significa pluralidade, falsidade e poder que provoca confusão e desagrado. Ela é considerada uma juíza dolorosa do amor, o ciúme e o ódio que caminham nas sombras por trás de todas as formas de atração e união. Mama Chola é a dominatrix, o amor vestido de látex que se esconde no sadismo e na submissão.
Mama Chola é sincretizada com Nuestra Señora del Caridad del Cobre e Virgen de la Candelaria, mas sua relação com o orixá Oxum é no mínimo questionável. Ela é mais o elemento de conflito do que do desejo e é o poder por trás de qualquer confusão relacionada ao princípio feminino entre qualquer espírito masculino.
Mama Chola também é conhecida como Mariquilla, a "estrela amarga do rio", que é vista como um nkisi separado ou uma qualidade de Mama Chola. Mariquilla é uma figura crítica da sexualidade, sugerindo um poder que não está de acordo com as normas sociais, mas que vai contra a corrente. Ela é uma figura importante em diversas ramas, e é essencial que o Ngangulero seja apresentado a Mariquilla antes da Ceiba, como se a fria Mariquilla fosse o poder que desafia e tempera a jornada rumo ao nascimento pelo fogo no rayamento.
Mama Chola é o nkisi que carrega a ideia do sinistro tipicamente atribuída à bruxa icônica. Ela é a faca que escorre mel e sangue, e é representada por urubus, corujas e cobras corais. Ela é uma figura complexa, que carrega elementos de sadismo, escuridão e poder, mas também de amor e proteção. Ela é uma figura que desafia e requer integridade impecável.
Para invocar Mama Chola dentro do contexto e Palo Mayombe, é necessário mavimbe (urubu), susundamba (coruja) e o crânio de uma artista de Puteiro. Ela também precisa de cobre, canela e plantas como datura e beladona( que em nosso solo seria o equivalente a Erva Moura) como suas plantas aliadas.
Em resumo, Mama Chola é uma figura poderosa na cultura afro-cubana e afro-brasileira, que representa o amor mesquinho, o sadismo e a escuridão, mas também a proteção e a integridade. Sua figura é complexa e desafiadora, e é importante ter uma compreensão completa de seus aspectos para invocá-la com respeito e integridade.
English Version - Palo Mayombe - Mama Chola Wengue
The name Mama Chola Wengue comes from the Kikongo ki yòla vwénge, with ki as a prefix meaning plurality, yola as falsity, and wéngé as the power that causes confusion and displeasure. She is syncretized with Nuestra Señora del Caridad del Cobre (Our Lady of Charity, the patron saint of Cuba) and Virgen de la Candelaria (Our Lady of Light, also known as Mpungo Mama Wanga), but perhaps Mater Dolorosa fits better. Her syncretism with the orisha Oxum in Cuba is misleading. Chola is the painful judge of love. She is not the enamored love often associated with Ochun and is more the element of conflict than of desire. She is jealousy and hatred that walks in the shadow behind all forms of attraction and union.
She is the dominatrix, love dressed in leather that hides in sadism and submission. She is reputed as the power behind any confusion related to the feminine principle among any male spirit. We can see in Mama Chola the most petty tales of Aphrodite and Venus oscillating in the great field between nurture and protection. She is love when it attacks the lover, charged with jealousy and anger. Here she shares characteristics with Hera/Juno and Artemis. A successful relationship with her will always challenge the Ngangulero. Cruel honesty must at all times be measured with impeccable integrity.
Mama Chola is also known as Mariquilla. Some see Mariquilla as a separate nkisi, others as a quality of Mama Chola. Mariquilla is the "bitter star of the river." Her name can also be seen linked to the Spanish pejorative term "maricon" - homosexual - and thus suggests her critical sexuality as a power that does not conform to social norms but goes against the current. Perhaps here we can find the explanation for the great taboo against the induction of homosexuals in Palo and the limitations of women - they represent a force that is too "cold" to deal with. Her importance is great. In various branches, it is essential that the Ngangulero be introduced to Mariquilla even before the introduction to Ceiba. It is as if the cold Mariquilla is the power that challenges and tempers the journey towards birth by fire in the rayamiento.
Mama Chola is the nkisi that carries the idea of the sinister typically attributed to the iconic witch. Mama Chola is the power of a vile and seductive woman who caresses and excites you with great talent, always holding a dagger at the level of your neck. She is the knife that drips honey and blood.
To compose her mummy, it is necessary to use mavimbe (vulture) and Susundamba (owl), and her most precious nfumbe is the skull of a prostitute or cabaret artist. She is honey and ice, the sting of bees and wasps. She is amber and walks with crocodiles and alligators. The coral snake is her ally. She needs copper, cinnamon, and takes datura and belladonna as her allied plants.
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Muito bom, não conhecia 👏🏾👏🏾👏🏾
Caramba, dessa eu nunca ouvi falar... muito muito bom