O Diabo: O Manual de Instruções para Ser o Vizinho Infernal
Explore as diversas formas do Diabo e descubra como se tornar o vizinho infernal de Deus. Transgrida regras, desafie crenças e abrace seu lado diabólico neste guia sarcástico e provocativo.
Mas afinal quem é o diabo?
Eu vejo muitas religiões pintando cada um a sua forma, inclusive falando da mesma coisa mas de formas distintas e hoje vamos provocar um pouco essa sua mente a alguma reflexão, se você está preparado para algo um pouco mais crítico e que tome um pouco do seu tempo a refletir sobre algumas questões continue, senão obrigado por ter lido até aqui e até mais.
Se existe alguém mais acalmado que o deus abraâmico é o diabo, em suas variadas formas, jeitos, formatos, peles, roupas, acessórios, atavismos, sonhos s e até pesadelos de alguns.
O Diabo dos vencedores
Na história podemos perceber que existe um looping de deus dos vencedores tomar o lugar do deus dos vencidos e haver sempre uma eterna sobreposição desses deuses que tbm duelam por crença no nosso imaginário. Isso aconteceu desde antes do filho da pomba ser reverenciado, muito antes na Cananéia por exemplo temos temos o culto a Baal por cerca do ano de 1800 a.C. Como protetor da agricultura e senhor das tempestades. Ele tem uma história curiosa, que ao ser convidado por Mot para um banquete, ele seria o prato principal. Além deste episódio que hoje no senso comum ocultista, série e filmes, temos o Baal como um demônio. E então eu trago a pergunta para finalizar esta parte do texto: o que aconteceu ?
O Diabo como deus esquecido
Aqui também iremos trazer mais episódios de algum deus que foi esquecido e com o passar do tempo o senso comum acabou o elevando a demônio, eu poderia citar inclusive como resposta do trecho acima, mas aí seria chato demais e repetitivo demais tbm, então vamos falar do episódio Astaroth uma antiga divindade que remonta a civilizações como os cananeus, fenícios e babilônios, onde era reverenciada como uma deusa da fertilidade, do amor e da sexualidade. Seu nome também aparece nas escrituras judaicas e cristãs, mas com um contexto negativo, onde percebemos que um dos possíveis fatores dessa mudança é o novo credo tomando conta, e aí eu finalizo com a seguinte pergunta: Seria esse o único fator aqui ? Ou essa divindade abandonou e imigrou para outra região ?
O Diabo como anjo
Eu adoraria começar esse trecho com esse ponto de Exu!
Ponto gentilmente cantado pelo meu Tatá Nganga Gabriel Moreira
Aqui falar de Azazel, outra faceta desse tal diabo.Que segundo o Apócrifo, livro de Enoch Azazel é um dos Grigori, um grupo de anjos caídos que desceram à Terra e se envolveram com a humanidade, que ensinou aos humanos técnicas de guerra, metalurgia e o uso de cosméticos e adornos. Ensinado às pessoas práticas de magia, incluindo a produção de armas e o uso de ervas e raízes para fins mágicos. Que no livro judaico-cristao retratam ele como um possível causador do dilúvio, colocando ele assim num buraco do rio Eufrates e impedindo que ele pudesse ver a Luz. Formamos aqui a própria personificação do diabo. E pra concluir mais esta sessão, vamos a nossa pergunta:
O deus do livro então pegou seu anjo mais forte e próximo e o pintou como um diabo?
O Diabo como deus com outro nome
Existem alguns caminhos de mão esquerda, que por tanto vício, ou resquícios dessa doença que é o deus solar, que muitos praticantes insistem em reverenciá-los em seus vícios de linguagens mudando os Nome "Que Maioral te abençoe!", Maioral é em algumas kimbandas uma forma de divindade máxima, que saiu do Caos, mas não faz mais parte dele.
Mas voltando a falar dos vícios de linguagens, eu fico muito a refletir se esse não pode ter sido no passado um dos motivos de como a fé nesses deuses novos e deuses esquecidos foram mudando a cultura local. Pois se temos esse comportamento hoje em dia num culto novíssimo como a Kimbanda, imagina em cultos milenares que as pessoas tinham ainda menos instruções de cultura e educação.
E você, já se pegou usando vícios de linguagem quando saiu do seu culto solar?
O Diabo como ancestral
Neste trecho iremos abordar e refletir um pouco sobre o diabo que faz interferências na sua vida, no diabo que consegue te fazer após um dia mega cansativo, repleto de discussões, te problemas que vc resolveu no trabalho, de situações chatas que vc passou no seu dia, desse diabo que depois de tudo isso te leva pra um bar. Sim é o diabo que faz isso, o diabo do seu ancestral, o diabo que te leva a ingerir um pouco de álcool, para que consiga trabalhar toda a densidade do seu dia, que te ajuda a metabolizar e que isso seja mais leve após visitar o que na kimbanda chamamos de reino da Lira.Falarei sobre este reino numa série mais pra frente. E aqui vou encerrar com a pergunta:
Você acha mesmo que seus ancestrais sejam um diabo?
O Diabo que eu cultuo
Eu como é bem claro sou praticante de kimbanda, cultuo meus ancestrais sob a máscara de uma falange de Exú . Eles sempre são reverenciados e cultuados em minhas práticas, muitas vezes abrindo mão da razão e moral para que seja feito a vontade deles na minha vida, nas minhas inspirações, eu diria que às vezes até direções que minha vida como Bruxo tem tomado, mas inclusive aqui eu causo algumas transgressões, mas este texto já falou em demasia sobre transgredir e devo abordar isso num próximo rsrs
O diabo que vc cre
Aqui após todos esses questionamentos, gostaria de contar com seu engajamento, com uma conversa franca, como é esse diabo que vc cre?
Em suma
Eu acredito com muita força que todas as vezes que percebemos uma venda nos olhos e decidimos tomar a ação de remover, transformando e até às vezes transgredindo aquele círculo de amizades, nós mesmo nos tornamos diabos daquele grupo, como eu em outrora em alguns círculos magístico que eu já fiz parte e podem conferir neste post. Então reflita bem, pois uma simples açao sua de não concordar mais com seus amigos pode começar uma simples transgressão e ativar em você o status de Diabo.
The Devil: The Instruction Manual for Becoming the Infernal Neighbor
Explore the various forms of the Devil and discover how to become God's infernal neighbor. Transgress rules, challenge beliefs, and embrace your diabolical side in this sarcastic and provocative guide.
Who is the Devil, after all?
I see many religions portraying it in their own way, even speaking about the same thing but in different forms. Today, let's provoke your mind to reflect on some questions. If you're ready for something more critical that will take some time to ponder, continue reading. Otherwise, thank you for reading this far and see you later.
The Devil of the Victors
Throughout history, we can observe a looping cycle of the god of the victors replacing the god of the defeated, with a perpetual overlapping of these gods who also compete for belief in our imagination. This has been happening since before the revered son of the dove, long before in Canaan, for example, where the worship of Baal existed around 1800 BC. Baal was regarded as the protector of agriculture and lord of storms. He has an intriguing story: when invited by Mot to a feast, he would be the main course. Besides this episode, which today, in occultism, series, and movies, depicts Baal as a demon, I bring forth the following question to conclude this part of the text: what happened?
The Devil as a Forgotten God
Here, we will delve into episodes of a god who was forgotten and, over time, was elevated to the status of a demon due to popular perception. I could even mention it as a response to the previous passage, but that would be too repetitive and tiresome. Instead, let's talk about Astarte, an ancient deity that dates back to civilizations like the Canaanites, Phoenicians, and Babylonians, where she was revered as a goddess of fertility, love, and sexuality. Her name also appears in Jewish and Christian scriptures but with a negative connotation. One of the possible factors for this change is the rise of a new creed. Here, I pose the following question: Is this the sole factor, or did this deity abandon and migrate to another region?
The Devil as an Angel
I would love to start this section with a point about Exu.
Continuing the text, let's discuss Azazel, another facet of this so-called devil. According to the apocryphal Book of Enoch, Azazel is one of the Grigori, a group of fallen angels who descended to Earth and engaged with humanity. They taught humans techniques of warfare, metallurgy, and the use of cosmetics and adornments. They instructed people in magical practices, including weapon crafting and the use of herbs and roots for magical purposes. In Jewish-Christian literature, Azazel is portrayed as a possible cause of the flood, imprisoned in a hole in the Euphrates River, unable to see the light. This forms the very personification of the devil. And to conclude this section, let's pose the question: Did the god of the book take his strongest and closest angel and paint him as a devil?
The Devil as a God with Another Name
There are certain left-hand paths where, due to the addiction or remnants of the solar god, many practitioners insist on revering them with linguistic vices, changing their names. "May the Great One bless you!" In some Kimbanda practices, the Great One is a form of the highest divinity who emerged from Chaos but is no longer part of it. But returning to the topic of linguistic vices, I often reflect on whether this might have been one of the reasons how faith in these new and forgotten gods changed local culture. If we observe this behavior in a relatively new cult like Kimbanda, imagine in ancient cults where people had even less cultural and educational guidance. Have you ever caught yourself using linguistic vices when you left your solar cult?
The Devil as Ancestor
In this section, we will reflect a bit on the devil who interferes in your life, the devil who, after an exhausting day filled with arguments, work problems, and unpleasant situations, leads you to a bar. Yes, it's the devil of your ancestors, the devil who helps you unwind by indulging in some alcohol, allowing you to process the heaviness of your day. It aids in metabolizing and making things lighter after visiting what we call the "Kingdom of the Lyre" in Kimbanda. I will discuss this kingdom in a future series. And here, I'll conclude with the question: Do you truly believe your ancestors are devils?
The Devil I Worship
As it is evident, I am a practitioner of Kimbanda. I worship my ancestors under the mask of an Exu phalanx. They are always revered and honored in my practices, often sacrificing reason and morality to fulfill their will in my life and inspirations. I would even say that they sometimes guide the direction my life as a witch has taken. However, even in this context, I engage in some transgressions, but that is a topic for another discussion.
The Devil You Believe In
Now, after all these questions and reflections, I would like to engage in an open conversation with you. What kind of devil do you believe in?
In Summary
I strongly believe that every time we perceive a blindfold and decide to take action to remove it, transforming and sometimes transgressing the circle of friendships, we ourselves become devils to that group, just as I have in some magical circles I have been a part of, as you can see in this post. So, reflect carefully, as a simple act of disagreeing with your friends can ignite a transgression and awaken the devil within you.
Achei todas as perguntas intrigantes!! Bom hahaha vamos por parte:
Na visão de diabo como Baal e das divindades esquecidas, acho que você toca num ponto muito importante de narrativas comuns: a antropofagia, nesse sentido de forma cultural, onde através das mudanças de status quo social, as religiões e crenças se alimentam de partes e/ou toda uma outra anterior, de modo que a nova forma assuma os poderes e importâncias da “derrotada” então isso é um processo muito observável!
É isso tbm linka com alguns comportamentos nossos ao abandonar cultos solares por exemplo, e substituir “meu deus” por “meu Exu” ou “Exu de abençoe” ahahaha acabamos reproduzindo esse comportamento canibalístico ao invés de transformar realmente o nosso universo crença, e desapegar de vícios de linguagem que na verdade escondem vícios de comportamento…
Acho que o que mais se encaixa com a minha visão de diabo seria esse diabo ancestral que te ajuda a realizar ações de alquimia e equilibro de densidade mesmo antes de eu entender isso; e o mais importante: me ensina, se eu estiver disposta a provar do fruto proibido!
Esse diabo que eu creio é o das escolhas, das rupturas e das transformações. Que te permite e incentiva a descobri o que antes estava ocultado, sejam conhecimentos ou outros mundos!
Parabéns pelo texto!