Palo Mayombe: Descobrindo os Mistérios da Religião Afro-Cubana
Descubra a visão ampla do Palo Mayombe, seus rituais e influências bantus, através da análise detalhada do livro do complexo Frisvold.
Um livro do complexo Frisvold, detestado por muitos e aclamado por outros.
Ele trás nesse livro uma elucidação muito ampla do povo africano que se dirigiu até Cuba e das influências Bantus que esses povos tiveram até a criação desse sistema Mágico Religioso o Palo Mayombe. No texto a seguir você irá ler um comentário sobre cada capítulo. Então se prepare para uma leitura longa.
Ele apresenta o termo Ndoki, que pode ser interpretado como algo “mau”, mas tbm como algo que todos nós temos, mas quando usado como ndoki Bakulu ele viraria o Poderoso Morto que temos hoje. Coincidência ou não é como eu chamo pessoalmente os Exús!
Apresenta a Dikenga como Yowa, dando uma outra concepção sobre ela. Ele faz essa interpretação dele sobre os estudos dos povos de Congo. Apresentando uma particularidade no elemento fogo, a oeste. Diferente do que temos hoje na Dikenga da Kimbanda.
Mas ele faz apresentações bem peculiares sobre Cosmologia de Nzambi como uma deidade Solar, benevolente e suas associações com montanhas e galhos, nos remetendo a Palo. É sua contraparte Lukankazi, um mpungo do céu, que era associado ao fogo, pedra e raio, uma forma do Deus noturno. Juntando com o conceito de Ndoki, impossível não lembrar do conceito de Maioral e seus Poderosos Mortos. Obviamente aqui podemos traçar que Paleros seriam os Bonzinhos e os Mayomberos como pessoas noturnas! Como apresentado um círculo de fogo em alguns momentos, ele seria o limitador de Nzambi, como o círculo ao redor da Yowa( Dikenga)
Ele cita que o Palo Mayombe tenha sofrido influências da Abakuá, uma sociedade secreta q tenha nunca tenha permitido a presença de povos caucasianos, situado na África Central. Antiga Cathiopia ( Ethiopia).
Ele descreve que em Cuba os Nganga são os receptáculos dos espíritos, que faz todo sentido com a prática de Kimbanda.
Logo a seguir ele vem com um capítulo sobre a possessão, que tem real importância neste momento da minha vida . Ele descreve o poderoso morto como um Mpungo, pois quando chega ele apresenta uma força da natureza, que conhece a vida humana e as leis cósmicas!
Quando um espírito ancestral se apresenta em simpatia com seu estado mental e de alma que o médium está naquele momento.
Mais à frente ele apresenta alguns artefatos da construção do Nganga como ossos do falecido, terra de vários locais, minerais, animais, pós mágicos e palos, que ajudariam a se comunicar com o médium por sonhos ,possessão ou inspirações! Ainda sobre o Nganga ( assentamento ) ele vira q consciência de um morto, com a consciência de vivo, mas com a fagulha de Nzambi, tornando-o um poderoso morto a orbitar aquele Tata que o constituiu! Gerando pra esse Tata, filhos e netos quando for o momento!
O baganha mais antigo encontrado em Cuba data do final do século XVII , chamando-se Vitória Congo Saca Empeño, em Guanabacoa.
Arcana Mortis
Os nomes apropriados para os vasos receptáculos ancestrais podem ser :
Nganga Ngombo( Divinador)
Lukibi iwa bakulu ( vaso que guarda ossos ancestrais)
A Prenda no Palo Mayombe é raramente construída com ossos dos próprios ancestrais sanguíneos. Sendo usado ossos humanos e infundido com a alma errante, adotado como prte da família, criando assim uma linhagem espiritual ou estabelecendo .
O poder de Criação do homem na cosmologia Congo, existe pois é um presente de Nzambi e fortifica esse nosso poder.
As firmas no contexto de Palo Mayombe são as assinaturas de seus Nkisi manifestados, como assinaturas energéticas. Um dos fundamentos deles é que apenas seu Tata sabe o nome e emblema de seu Nkisi, e somente o detentor desses mistérios pode convoca-lo, exatamente como em nosso culto que ultilizamos o título dessenpoderoso morto e que seu nome é uma questão de tempo para ser falado.
A seguir ele descreve inúmeras características da confecção dos ngangas, que é são mto similares aos nossos assentamentos na Kimbanda, desde o caldeirão, itens colocados dentro a correntes e seus significados e fundamentos, como por exemplo se vc quer q seu Nganga tenha poderes de cura vc coloca terra de vários hospitais. Ainda sobre a confecção do Nganga ele fala sobre a construção de um mpaka, que serve como uma extensão do Nganga ou olhos dele por aí, sendo usado um chifre com os mesmos princípios atributos que se usa num Nganga. Assemelhando a nossa Firmeza!
Ele pincela um pouco sobre o processo de montar sua múmia ou cadáver, e seus insumos se parecem muito com os insumos padrão de um assentamento
Capítulo- Os mistérios de Zarambanda
Na Maioria das Ramas de Palo Mayombe, este Nkisi é a pedra fundamental !
Sua tradução do Quicongo, ficaria algo próximo de Trabalho Sagrado.
Passam-se por vários capítulos explicando sobre os Nkisis, sobre origem, práticas , como são sintetizados c outros cultos , em um certo frenesi de dois que me impactaram muito foram Mama Chola e Lukankasi , que escrevi artigos no meio da leitura e quis desdobrar essa pesquisa com um Tata de Palo e meu Tata de Kimbanda. Para ter mais uma perspectiva além dessa do Frisvold. Fato curioso disso é ele não escrever a construção da múmia apenas de Lukankasi.
No capítulo Nzo Ntoto ele esclarece que seja o que o Palero faça sua Prenda o acompanha.
Um bom insight a ser tbm usado na Kimbanda é que pra equilibrar e nos “harmonizar”, com energias mortuárias precisamos de banhos, pós , purificações, são parte imprescindível do trabalho e manutenção desse tipo de prática/culto!
“O Palero é um morto que caminha carregando uma forte luz… ele é luz corporificada no mundo sensorial, atraindo todos tipos de espírito” - Nicholaj de Mattos Frisvold
A seguir ele informa que alem da maceração com os orvalhos da noite , usam em algumas tradições uma brasa imergida no banho com preces!
Ainda neste capítulo ele trás um gama incrível de confecção de pós mágicos com a visão de Palo Mayombe !
Finalmente o Capítulo “A arte de ver”, um dos capítulos mais esperados para entender o meta sistema que usam de oráculos. Mas me deparei cum uma frase muito interessante “ A presença positiva de Nzambi no mundo é misteriosamente sempre feminina.” - me levando imediatamente a alguns trechos que marquei sobre a visão e polaridades sexuais que o autor havia se referido a Nzambi como masculino, pra ver se não havi equivocado meu raciocínio.
Em seu próximo capítulo podemos ver sobre o Pacto e “Rayamento”, que começa com a tentação e tempero de Mama Chola. Onde se começa a jornada de iniciação do próximo Tatá onde ele passará por todos ordalios e procesos iniciáticos que o livros demonstra rico em detalhes. Por fim, este capítulo trás as orações de cada consagração que este novo Tatá e sua Nganga fazem.
A seguir o capítulo trás boas páginas de ervas e madeiras usadas por Paleros que algumas dessas ervas conhecidas e usadas em solo brasileiro, as demais são bem diferentes , como ele trás de forma resumida é um bom lugar pra ter uma boa noção de cada erva se vc ainda não as conhece.
O texto acima discute o livro do complexo Frisvold, que aborda a relação entre os povos africanos que migraram para Cuba e as influências bantus que levaram à criação do sistema mágico-religioso Palo Mayombe. O autor explora conceitos como Ndoki, Dikenga, cosmologia de Nzambi, influência da Abakuá, possessão espiritual, construção do Nganga, firmas e Nkisis. O texto fornece uma visão geral dos principais tópicos discutidos no livro.
Resumindo:
Introdução ao livro e sua abordagem sobre a migração africana para Cuba e as influências bantus no Palo Mayombe.
Exploração do conceito de Ndoki, que pode ser interpretado como algo "mau" ou como um Poderoso Morto.
Apresentação da Dikenga como Yowa, oferecendo uma nova concepção baseada nos estudos dos povos de Congo.
Discussão sobre a cosmologia de Nzambi e sua associação com o Palo, juntamente com a contraparte Lukankazi.
Influência da sociedade secreta Abakuá na formação do Palo Mayombe.
Descrição dos Nganga como receptáculos dos espíritos em Cuba e sua relação com a prática da Kimbanda.
Exploração da possessão espiritual e sua importância na vida do médium.
Detalhes sobre a construção dos Ngangas, incluindo artefatos, ossos, minerais e pós mágicos.
Descrição dos vasos receptáculos ancestrais e sua importância na linhagem espiritual.
Exploração do poder de criação do homem na cosmologia Congo.
Discussão sobre as firmas no contexto do Palo Mayombe e a relação entre Tata e Nkisi.
Detalhes sobre a confecção dos ngangas, incluindo caldeirões, itens colocados dentro e o uso de correntes.
Descrição dos mistérios de Zarambanda e sua importância como pedra fundamental em várias ramas do Palo Mayombe.
Exploração dos Nkisis, incluindo origem, práticas e sincretismo com outros cultos.
Explicação de como as Prendas acompanham o Palero e a importância dos banhos e purificações.
Reflexão sobre o Palero como um "morto que caminha" e atração de diferentes tipos de espíritos.
Discussão sobre os oráculos e o meta sistema utilizado no Palo Mayombe.
Exploração do pacto e do processo de iniciação do próximo Tatá, incluindo orações de consagração.
Detalhes sobre as ervas e madeiras usadas pelos Paleros, fornecendo uma visão geral desses materiais.
Este livro tem um papel substancial, me foi dado por uma pessoa muito querida, em minha vida passada. Que dizia “Você gosta tanto de magia, mas nunca li vc estudando nada de magia vindas de Africa!” , ele foi a porta quem me levou a kimbanda, o gatilho que levou o Daniel a pensar em me juntar ao meu precioso Tatá Gabriel Moreira . Agradeço todos os dias da minha vida a meus Exús terem usado disso pra que eu chegasse até aqui.
Laroye Exú!
English Version - Palo Mayombe: Discovering the Mysteries of Afro-Cuban Religion
A book from the Frisvold complex, hated by many and acclaimed by others.
In this book, he provides a broad elucidation of the African people who migrated to Cuba and the Bantu influences these people had until the creation of the Palo Mayombe Magical Religious system. In the following text, you will read a comment about each chapter. So get ready for a long read.
He introduces the term Ndoki, which can be interpreted as something "bad," but also as something that we all have, but when used as ndoki Bakulu, it would become the Powerful Dead that we have today. Coincidence or not, that's personally how I call the Exús!
He presents Dikenga as Yowa, giving it a different conception. He interprets it based on the studies of the Congo people, presenting a peculiarity in the element of fire, to the west. Different from what we have today in the Dikenga of Kimbanda.
But he makes quite peculiar presentations about the Cosmology of Nzambi as a solar, benevolent deity and its associations with mountains and branches, reminding us of Palo. Its counterpart is Lukankazi, a mpungo of the sky, associated with fire, stone, and lightning, a form of the nighttime God. Combined with the concept of Ndoki, it is impossible not to remember the concept of Maioral and its Powerful Dead. Obviously, here we can trace that Paleros would be the "good guys," and Mayomberos as nocturnal people! As presented, a circle of fire at times, it would be the limiter of Nzambi, like the circle around Yowa (Dikenga).
He mentions that Palo Mayombe has been influenced by Abakuá, a secret society that never allowed the presence of Caucasian people, located in Central Africa. Former Cathiopia (Ethiopia).
He describes that in Cuba, the Ngangas are receptacles of the spirits, which makes complete sense in the practice of Kimbanda. Immediately following, he comes with a chapter about possession, which has real importance in this moment of my life. He describes the powerful dead as a Mpungo because when it arrives, it presents a force of nature, which knows human life and cosmic laws!
When an ancestral spirit presents itself in sympathy with the medium's mental and soul state at that moment. Further on, he presents some artifacts for the construction of the Nganga, such as bones of the deceased, soil from various locations, minerals, animals, magical powders, and palos, which would help communicate with the medium through dreams, possession, or inspirations! Still about the Nganga (settlement), it becomes the consciousness of a dead person, with the consciousness of the living, but with the spark of Nzambi, making it a powerful dead orbiting around that Tata who constituted it! Eventually, generating children and grandchildren for that Tata when the time comes! The oldest Baganha found in Cuba dates back to the late 17th century, called Victoria Congo Saca Empeño, in Guanabacoa.
Arcana Mortis The appropriate names for the ancestral receptacle vessels can be:
Nganga Ngombo (Diviner)
Lukibi iwa bakulu (vessel that holds ancestral bones)
Prenda in Palo Mayombe is rarely built with the bones of one's own blood ancestors. Human bones are used and infused with the wandering soul, adopted as part of the family, thus creating a spiritual lineage or establishing.
The power of Man's Creation in Congo cosmology exists because it is a gift from Nzambi and strengthens this power.
The signatures in the context of Palo Mayombe are the signatures of their manifested Nkisi,as energetic signatures. One of their fundamental principles is that only their Tata knows the name and emblem of their Nkisi, and only the holder of these mysteries can summon it, just like in our cult where we use the title of the powerful dead, and their name is only a matter of time to be spoken.
He then describes numerous characteristics of constructing the ngangas, which are very similar to our Kimbanda settlements, including the cauldron, items placed inside, chains, and their meanings and foundations. For example, if you want your Nganga to have healing powers, you add soil from various hospitals. Still, on the construction of the Nganga, he talks about the creation of an mpaka, which serves as an extension of the Nganga or its eyes out there, using a horn with the same attributes and principles as those used in the Nganga. Resembling our Firmness!
He touches briefly on the process of assembling one's mummy or corpse, and the ingredients used are very similar to the standard ingredients of a settlement.
Chapter - The Mysteries of Zarambanda In most branches of Palo Mayombe, this Nkisi is the cornerstone! Its translation from Kikongo would be something close to Sacred Work.
Several chapters go on to explain the Nkisis, their origins, practices, how they synthesize with other cults. Two that greatly impacted me were Mama Chola and Lukankasi, which prompted me to write articles while reading and seek to further explore this research with a Palo Tata and my Kimbanda Tata, to gain another perspective beyond that of Frisvold. Interestingly, he does not write about the construction of the mummy, only Lukankasi's.
In the chapter Nzo Ntoto, he clarifies that whatever the Palero does, his Prenda accompanies him.
A valuable insight that can also be applied in Kimbanda is that to balance and "harmonize" with death energies, we need baths, powders, purifications; they are essential parts of the work and maintenance of this type of practice/cult!
"The Palero is a dead person walking, carrying a strong light... he is embodied light in the sensory world, attracting all types of spirits." - - Nicholaj de Mattos Frisvold
Next, he informs that in Germany, maceration with night dew is used in some traditions, immersing a coal in the bath with prayers! Additionally, in this chapter, he presents an incredible range of magical powders from the perspective of Palo Mayombe!
Finally, the chapter "The Art of Seeing," one of the most anticipated chapters, to understand the meta-system they use for divination. But I came across a very interesting sentence: "The positive presence of Nzambi in the world is mysteriously always feminine." It immediately led me to some marked passages about the author referring to Nzambi as masculine, to check if I hadn't misunderstood my reasoning.
In the next chapter, we can learn about the Pact and "Rayamiento," which begins with the temptation and seasoning of Mama Chola. This is where the initiation journey of the next Tata begins, going through all the ordeals and initiation processes that the book richly details. Finally, this chapter presents the prayers of each consecration that this new Tata and his Nganga perform.
Following that, the chapter provides good pages of herbs and woods used by Paleros. Some of these herbs are known and used in Brazilian soil, while others are quite different. It serves as a concise reference if you are not familiar with them.
Please let me know if there's anything else I can assist you with!
#PaloMayombe #Palo #Frisvold #MagiaCubana
Gratificante ler um review com tantas iscas e faíscas do que tem de mais interessante no livro! Com certeza está na minha lista agora! Especialmente curiosa em ler sobe mpaka, e como ele é construído/ como se atribuem características do Nganga à ele…e se tem a ver com os oráculos!
Acho que fica ligeiramente subentendido o porque te não descrever a múmia de Lukankazi! Hehehehe deve ser cabreira!
Excelente texto meu irmão, super bem detalhado e resumido. Parabéns ❤️